on quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Olá, buscando informações sobre novos tratamentos para o nosso trabalho de história, encontrei um assunto que deve ser do conhecimento de todos, pois foi e ainda é um tema muito discutido na mídia. Descrevo-lhes abaixo uma síntese dos conceitos e abrangência das pesquisas em células-tronco.
Espero que gostem.
 
Células-tronco embrionárias
As células-tronco têm basicamente a melhor capacidade de se dividir, ou seja, gerar cópias idênticas de si mesmas. Ainda, as células-tronco embrionárias podem se transformar em diversas outros tecidos do corpo, como nervos e ossos. A principal intenção em projetos e pesquisas com essas células é o seu uso para recuperar tecidos danificados por doenças e traumas. Elas são encontradas no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no fígado, na placenta e no líquido amniótico.
As pesquisas no assunto células-tronco, já autorizadas no Brasil, são um imenso avanço para descobertas, testes clínicos e terapias que podem ser desenvolvidas a partir desses estudos para o tratamento de doenças como câncer, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, Diabetes mellitus tipo 1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias.
Avançando mais, pesquisas com células-tronco nos mostraram que no futuro, essas células podem ser utilizadas para susbtituir células que o organismo deixou de fabricar ou fabrica com deficiência. As pesquisas ainda estão em caráter experimental, porém as respostas parecem ser cada vez mais promissoras. A equivalência em sucesso do tratamento, a métodos mais difíceis de serem realizados como transplantes, é um dos pontos fortes a serem destacados quanto as pesquisas para o uso das células-tronco para o tratamento direto de diversas doenças.
Ádria S. Fabricio
 
Referências:
 
Revista pesquisa FAPESP online
Células-tronco
A Lei de Biossegurança vai impulsionar a pesquisa nacional, que já era forte na área
Marcos Pivetta
Edição Impressa 110 - Abril
 
 
(Atentar à matéria não atualizada – data: (15/02/2005))
Células-tronco: o que são e para que servem
15 de fevereiro de 2005 • 10h00 • atualizado às 10h00
Redação Terra
 

Documentário - Células Tronco: A Chave da Regeneração (Completo e Dublado) // Discovery Channel
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on quarta-feira, 24 de outubro de 2012
      As razões mais comumente evocadas para explicar o aumento dos gastos em saúde são o envelhecimento das populações, a maior oferta de médicos e serviços de saúde e o progresso tecnológico. Estes fatores têm, sem dúvida, grande importância, porém não conseguem ser suficientes para explicar o aumento dos gastos em saúde.
           Existe uma preocupação crescente com os fatores econômicos, que condicionam tanto a prestação de serviços de saúde como o próprio nível de saúde da população. Isto explica a inquietude dos poderes públicos em relação a um setor cujas despesas crescem a um ritmo superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).  
            A pressão da demanda requer não só incrementos permanentes na oferta. É preciso um acesso mais equilibrado aos serviços para toda a população. A exigência social de maior cobertura conduz a uma atuação do governo, criando e mantendo direta ou indiretamente serviços de saúde. No Brasil, como em muitos outros países, coexistem os dois tipos de atuação, dois pesos e duas medidas: o que é válido para o setor privado não é assim no setor público e vice-versa


      Os gastos mundiais com saúde totalizaram cerca de US$ 1700 bilhões em 1990, que representam 8% dos recursos globais. Os países economicamente estáveis gastam cerca de US$ 1500 bilhões em saúde enquanto os países em desenvolvimento gastam US$ 170 bilhões. Esses números são fundamentais para nos mostrar o quão importante é entender o impacto das políticas governamentais na saúde das pessoas.
       Para o Ministério da Saúde, enquanto os gastos totais com saúde aumentaram em 9,6%, aqueles com medicamentos tiveram incremento de 123,9% no período de 2002 a 2006. Em notícia publicada n'O Estado de São Paulo (15/05/2012), o os gastos aumentaram, mas continuam abaixo da média de países mais desenvolvidos. E esses resultados já se repetem a pelo menos 10 anos, com dados coletados desde 2002. 

"Segundo a OMS, em 2000 o governo brasileiro destinava 4,1% de seu orçamento para a saúde. Dez anos depois, a taxa subiu para 5,9%. A média mundial é de 14,3% e a taxa brasileira chega a ser inferior à média africana. Do total que se gasta no País com a saúde, 56% vem do bolso dos cidadãos e não dos serviços do Estado. Apenas 30 de 193 países vivem essa situação. Em 2000, a taxa era ainda pior, com 59% dos custos da saúde vindo do bolso do cidadão. Desta forma, a taxa de 56% está distante da média mundial, de 40%. Nos países ricos, apenas um terço dos custos da saúde são arcados pelos cidadãos."  - O Estado de São Paulo, 16/05/2012
     

       Em uma década, o governo triplicou o gasto por habitante. Mas ainda assim destina a cada brasileiro apenas uma fração do que países ricos destinam a seus cidadãos. No Brasil no ano de 2000, o governo destinava em média US$ 107 pela saúde de cada brasileiro por ano. Em 2009, ao final da década, a taxa havia sido elevada para US$ 320,00. O valor é inferior aos US$ 549,00 que em média um habitante do planeta recebe em saúde de seus governos.
Nos países europeus, os gastos médios dos governos com cada cidadão chega a ser dez vezes superior aos do Brasil. Em alguns casos, como Luxemburgo, gasta-se mais de US$ 6,9 mil por cidadão, quase 25 vezes o valor no Brasil. Na Noruega, o gasto é similar, enquanto a Dinamarca destina 20 vezes mais a cada cidadão em saúde que no Brasil. Mesmo na Grécia, quebrada e hoje sem governo, as autoridades destinam seis vezes mais recursos a cada cidadão que no Brasil. Os dados, porém, são do início da crise.
           Outro dado preocupante: o País conta em média com 26 leitos para cada 10 mil pessoas. Os indicadores se referem ao período entre 2005 e 2011. 80 países tem um índice melhor que o do Brasil, que está empatado com Tonga e Suriname. A média mundial é de 30 leitos por cada 10 mil habitantes. Na Europa, a disponibilidade é três vezes superior a do Brasil. Em termos de médicos, o Brasil vive uma situação mais confortável. Segundo a OMS, são 17,6 médicos para cada 10 mil habitantes, acima da média mundial de 14 por 10 mil. Mas ainda assim a taxa é a metade do número que se registra Europa. Já na África, são apenas dois médicos para cada 10 mil pessoas.
            Todos esses dados podem alarmar, mas não podemos nos esquecer que o País ainda está se desenvolvendo. O que podemos, e que devemos fazer, é cobrar mais dos políticos, por planos e estratégias mais eficientes.
            VIEIRA, F.S. ; MENDES, A.C.R . Estudo dos Gastos do Ministério da Saúde com Medicamentos;  Brasília, 2007.
              ZUCCHI, P. ; NERO, C.D. ; MALIK, A.M. Gastos em Saúde: Os Fatores que Agem na Oferta e na Demanda dos Serviços de Saúde. 2000
on sábado, 13 de outubro de 2012
             Um dos assuntos que mais vemos nos noticiários é sobre o "coquetel de combate à AIDS". Justamente por causa dele que o Brasil se tornou uma das referências em combate ao HIV segundo a UNAIDS (Programa das Nações Unidas Para o Combate da AIDS). 

                 O Brasil mostrou uma resposta muito rápida para o combate dessa epidemia em relação aos outros países. Dentre as razões para o sucesso do país, estão as agressivas campanhas nacionais de prevenção para grupos de alto risco, que têm contribuído para um declínio acentuado dos casos da doença no Brasil. Devido à criação de programas nacionais de prevenção direcionados a homens gays e mulheres – em 2002 e 2007, respectivamente -, o Brasil tem apresentado um declínio acentuado nos casos de infecção do vírus HIV nos dois grupos. Entre os homossexuais masculinos, houve 3.376 novas infecções em 1996 e apenas 647 em 2009 – uma queda de 81%. Entre as mulheres, os números caíram de 7.419 novos casos em 1996 para 2.034 em 2009 – 73% a menos. 
               Considerando que vivíamos em uma ditadura militar com uma distribuição muito desigual da cobertura dos cuidados de saúde 20 anos atrás, como explicar isso? O primeiro indício está no dinheiro. De 2000 a 2007, o Congresso brasileiro quase dobrou a quantidade de financiamento para o combate à AIDS – de 713 mil reais no começo da década para 1,3 bilhões em 2007. Os gastos nos EUA, por exemplo, cresceram em um ritmo mais lento. O Brasil também tem feito um trabalho melhor ao providenciar medicamentos contra a doença. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei federal determinando o fornecimento universal de medicamentos antirretrovirais. Os gastos com esse tipo de droga deram um salto de R$ 25 milhões em 1996 para mais de um bilhão de reais em 2009.
                      Porém, de um tempo para cá, a situação mudou um pouco. O combate perdeu a intensidade justamente por causa de uma ferramenta que muito ajudou: as campanhas conscientizadoras. Atualmente a AIDS se tornou um assunto tão comum, e a confiança de que com o coquetel mais ninguém morrerá da doença, fez com que a atenção à mesma diminuísse. 

on sábado, 6 de outubro de 2012
Olá! Pesquisando para o trabalho escrito, na extraordinária Biblioteca Ir. José Ótão, da PUC-RS, me deparei com o livro a Economia da Saúde.  Abaixo, transcrevo-lhes um texto abordando alguns faturamentos de algumas empresas, lucros dos antidepressivos e o estado econômico do setor. Enjoy it~


" A indústria farmacêutica tem um longo histórico de desempenho financeiro superior. Mas será que os bons tempos estão chegando ao fim? O setor parece estar passando por uma grave crise de credibilidade associada à retirada do mercado do analgésico Vioxx da Merck e de controvérsias a respeito da segurança e da eficácia de antidepressivos e de outros produtos amplamente utilizados, inclusive terapias de reposição hormonal para mulheres na menopausa.
Tudo isto não poderia ter chegado em pior hora para o setor. Os terceiros pagadores estão renovando os seus esforços para promover os genéricos ou para aumentar substancialmente os co-pagamentos por produtos com nome de marca. Num exemplo extremo das mudanças que vêm acontecendo, funcionários estaduais da Geórgia se deparam com co-pagamentos de US$ 100 por certos produtos com nome de marca, como o antidepressivo Zoloft. Em 2007 expirará a proteção de patente de alguns dos medicamentos mais vendidos, incluindo o Zocor e o Provachol, drogas amplamente prescritas para baixar o nível de colesterol, e o Norvasc, um medicamento para pressão sanguínea. Estes três medicamentos, sozinhos, geram quase US$ 10 bilhões anuais em vendas.
No atual clima de suspeita, pode ficar mais difícil encontrar novos “sucessos de vendas” para substituir esses atuais produtos. Parece haver menos chances de o FDA aprovar novos produtos se estes implicarem efeitos colaterais significativos e se houver boas terapias atuais substitutas. Além disso, com a crescente percepção de que os fabricantes de drogas não terem informado sobre os riscos dos seus produtos, alguns especialistas sugerem que a propagando direta ao consumidor não surte mais os impactos de venda de outrora.
Como resultado da menor expectativa de ganhos futuros, o preço das ações de muitas das maiores empresas caiu, em média, cerca de 25% entre 2000 e 2005. Várias companhias anunciaram tanto demissões quanto cortes no seu orçamento de pesquisa. A Merck, que foi particularmente atingida, revelou planos em 2005 de reduzir a sua força de trabalho mundial em 11% e de fechar ou vender cinco das suas 31 instalações fabris.      
Mas será que a Merck e todo o setor podem se recuperar? O New York Times entrevistou um porta-voz do setor que argumentou que a indústria farmacêutica “está tratando da sua crise de imagem agindo com mais critério na sua propaganda, prometendo mais abertura na divulgação dos resultados de testes e empenhando-se para disponibilizar drogas de baixo preço para americanos pobres e não-segurados”. Em vista dos enormes recursos e poder de lobby do setor não se deve subestimar a sua capacidade de recuperação. "

- Retirado de A Economia da Saúde de FOLLAND S. , GOODMAN A.C e STANO M. 2008
on sexta-feira, 28 de setembro de 2012
    Olá a todos,
    Hoje em dia com as dificuldades de se ingressar numa universidade, a cobrança constante por estudos e a falta de concentração devido à internet e televisão faz com que muitos jovens e adultos recorram à métodos químicos para melhorar a concentração. São as chamadas "Drogas da Inteligência", medicamentos de tarja preta que agem no sistema nervoso e são utilizados para tratamento de narcolepsia, TDAH e Alzheimer. Após testes feitos com pessoas sem essas doenças, foi verificado que realmente esses fármacos melhoravam muito a concentração e o foco, porém podem levar à sérias doenças a longo prazo (Alzheimer, epilespsia) e dependência.
   Um dos mais conhecidos é a Ritalina, nome comercial do Metilfenidato, comercializado pela Novartis Biociências. É muito sedutora, realmente faz com que mantenhamos o foco nas atividades, sem sono e sempre dispostos. Alguns dizem que no futuro ele será tão comum quanto o cafezinho. Porém, por serem medicamentos fortes, causam sérios efeitos colaterais: irritabilidade, insônia, transtornos comportamentais e outros a longo prazo. A empresa responsável pelo modafinil (parecido com a Ritalina, mas com efeito prolongado, deixando o usuário até três dias disposto e sem sentir sono) fatura mais de US$ 1 bilhão pelas vendas do medicamento por ano. Pesquisas apontam que mais de 25% dos estudantes americanos já utilizaram algum meio para aumentar sua concentração. A questão é que em vez de os laboratórios aumentarem a vigilância, algumas entidades estão querendo liberar esses medicamentos de vez como se fosse um "métodos para ampliar a inteligência humana". 
      O fato é que esse assunto ainda gera polêmica por não haver muita pesquisa científica sobre o assunto. Ainda não se sabem os efeitos à longo prazo mas os adeptos costumam compará-la com o futuro cafezinho ou até mesmo com a cocaína que era utilizada por Freud. Vocês podem ver abaixo um vídeo, do professor Paulo Jubilut explicando o funcionamento dessas drogas que movimentam bilhões no mercado farmacêutico.



Também vou apresentar uma lista mostrando alguns efeitos colaterais dessas drogas mais utilizadas:

ADDERALL (MIX DE ANFETAMINAS)
Uso original: tratar déficit de atenção (DDA).
Efeitos colaterais: problemas cardíacos, vício.

ANIRACETAM
Uso original: tratar Alzheimer.
Efeitos colaterais: ansiedade, insônia.

DONEPEZIL
Uso original: tratar Alzheimer.
Efeitos colaterais: náuseas, diarreia.

FLUOXETINA (PROZAC)
Uso original: tratar depressão.
Efeitos colaterais: ansiedade, suicídio.

METIlFENIDATO (RITALIN)
Uso original: tratar DDA.
Efeitos colaterais: convulsões, psicose.

MODAFINIL

Uso original: tratar narcolepsia.
Efeitos colaterais: doenças de pele.

PIRACETAM
Uso original: tratar convulsões.
Efeitos colaterais: ansiedade, tremores.

SELEGILINA
Uso original: tratar Parkinson.
Efeitos colaterais: dor de cabeça, diarreia.

VASOPRESSINA
Uso original: tratar diabetes.
Efeitos colaterais: náuseas, coma.

Portanto pessoal, vejam se realmente vale a pena mexer com essas químicas para sua mente, drogas que podem causa problemas e dependência. Bons resultados são obtidos com sacrifício e força de vontade, basta focar no objetivo. Um abraço à todos!

                            http://super.abril.com.br/saude/droga-faz-bem-446579.shtml
                            http://pt.wikipedia.org/wiki/Ritalina
                                    (acessados no dia da publicação)

on segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Olá a todos, 
estive pesquisando nos últimos dias sobre alguns filmes que tratassem do assunto do blog; a indústria farmacêutica e tudo mais. Achei uma resenha do filme " O Jardineiro Fiel", do diretor brasileiro Fernando Meirelles num blog, enfatizando o aspecto da "Grande Farmácia" que aparece no filme. Espero daqui a um tempo, postar no blog uma resenha  do filme "Amor e Outras Drogas", destacando o que se fala sobre os medicamentos e laboratórios farmacêuticos, dessa vez de nossa autoria. Enfim, deixo vocês com essa crítica muito interessante (e bem extensa) que nos mostra que filmes comerciais também podem nos conscientizar e nos mostrar um pouco da verdade e da "conspiração" que permeia esse assunto.  Enjoy ~



"Não é sempre que um filme comercial nos faz refletir sobre alguma coisa. Normalmente, a maioria deles tem como único objetivo nos entreter e impressionar com alguma história banal, de preferência cheia de efeitos especiais e, com isso, atrair um grande número de telespectadores e arrecadar milhões de dólares. Essa não é uma regra, mas, no circuito comercial de filmes, são raras as exceções. Entretanto, a mais recente produção do diretor brasileiro Fernando Meirelles é uma delas.

Vencedor do Prêmio da Juventude e indicado para o Festival de Veneza, O Jardineiro Fiel traz à baila um assunto extremamente polêmico: a atuação da indústria farmacêutica no terceiro mundo. O filme nos faz pensar sobre a ética em pesquisas farmacológicas, o valor da vida humana num sistema que só visa ao lucro e a situação de miséria degradante em que se encontra boa parte do continente africano. Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, Meirelles demonstra surpresa com a acolhida do filme. "Achei que estava fazendo um filme comercial de qualidade, sobre coisas que me interessam dizer, mas a crítica o colocou num outro patamar. Sinceramente, fiquei surpreso quando nos convidaram para Veneza".

Uma co-produção de Reino Unido, Alemanha e Quênia, O Jardineiro Fiel conta a história de um diplomata britânico, Justin (Ralph Fiennes), que tem sua esposa Tessa (Rachel Weisz) assassinada supostamente por um amante. Impelido a investigar o crime, Justin descobre que, na verdade, a mulher fora "eliminada" por tentar denunciar um esquema de corrupção que atentava contra os direitos humanos: testes ilegais de um medicamento contra tuberculose eram realizados por uma empresa farmacêutica com africanos portadores do vírus HIV, sem o conhecimento dos mesmos e com a conivência dos governos queniano e britânico.

A polêmica começa quando a história representada na ficção se aproxima da realidade. O filme baseia-se em um best-seller homônimo de John Le Carré que, segundo reportagem da Agência Aids de Notícias, teria sido inspirado em um caso real acontecido na Nigéria há quatro anos, quando o laboratório Abbott testou um medicamento sem o conhecimento das pessoas que o estavam utilizando. Os usuários do remédio apresentaram problemas nas pernas e a empresa estaria sendo processada até hoje. A matéria conta ainda que essa informação partira do próprio diretor Fernando Meirelles. No final, a agência publica nota em que o laboratório Abbott desmente "veementemente a informação de que o livro/filme ‘The Constant Gardener’ (O Jardineiro Fiel) tenha sido inspirado em um caso real envolvendo a empresa" e solicita que, "pela sua gravidade, seja corrigida o mais rápido possível, pois a empresa sempre norteou suas ações pela ética e responsabilidade".

Essa é a questão que permeia todo o debate a respeito da atuação da indústria farmacêutica em países do terceiro mundo, principalmente nos africanos. Ao acreditar que situações como a representada pelo filme realmente acontecem, estaríamos dando crédito a simplistas e maniqueístas teorias da conspiração? Por outro lado, aceitar passivamente a palavra dos grandes laboratórios e acreditar que suas práticas seguem uma conduta exemplar não seria inocência demais? Nesse ponto nos deparamos com um sério problema: a falta de informação.

A cobertura midiática, tanto nacional quanto internacional, a respeito de temas relacionados ao continente africano ainda é muito escassa. Priorizam-se as notícias que interessam ao primeiro mundo. Exploram-se à exaustão os conflitos no Oriente Médio, a guerra no Iraque e tudo o que diga respeito às grandes potências mundiais, os centros de decisão do globo. Tragédias sociais, políticas e econômicas ocorrem todos os dias no continente africano, guerras civis já duram anos em diversos países, mas são renegadas ao segundo plano pela imprensa. Como assumir uma posição segura diante daquilo que não conhecemos? A escassez de informações dificulta muito a formação de opinião e a tomada de decisões.

Por isso, o debate em torno de temas que dizem respeito à África geralmente fica submetido a uma atmosfera cheia de informações duvidosas, palavras de uns contra palavras de outros, e abstrações. Não é diferente no caso da conduta ética da indústria farmacêutica em pesquisas. Foi necessário que um filme levantasse a questão para que o tema viesse à tona no Brasil e um número modesto, porém maior, de informações e opiniões começasse a circular principalmente na internet. Mas, então, em quem acreditar?


Há, sim, muitas empresas que se preocupam com o respeito à dignidade humana em suas pesquisas e, até mesmo, beneficiam muitas pessoas em sua atuação. Entretanto, não se pode fechar os olhos para o fato de que nem todas agem assim. Em meio à já referida falta de informações predominante na imprensa, pode-se encontrar, com algum esforço, notícias que ampliam esse horizonte.

É o caso de reportagem publicada no site do Institute of Science in Society (Instituto de Ciência na Sociedade) em 01 de julho de 2005. A matéria relata irregularidades em testes realizados desde 1997 com Neverapine – medicamento que visa à diminuição das taxas de transmissão do vírus HIV de mãe para filho – em mulheres grávidas de Uganda, levando 14 à morte. Segundo a reportagem, o governo sul-africano reagiu ao fato acusando oficiais americanos de tratar os africanos como “porquinhos da índia” e o ativista de direitos civis dos negros Jesse Jackson afirmou que “padrões de pesquisa e qualidades de drogas que são inaceitáveis nos EUA e em outros países ocidentais nunca devem ser empurrados para a África”.

Questões como essa, que abarcam capital, indústria e direitos humanos, são muito complexas e envolvem inúmeros interesses por todos os lados. É muito positivo que um filme comercial como O Jardineiro Fiel tenha trazido-a à tona. Cabe a nós refletir, tomar uma posição e agir em prol das mudanças necessárias. Não se trata de condenar indiscriminadamente toda a indústria farmacêutica, mas tomar atitudes severas diante daquelas empresas que, onde encontram brechas, agem fora da lei maior, a lei da vida."


- Retirado de Blog do Daniel Fassa acessado em 10/09/2012
on segunda-feira, 3 de setembro de 2012


        Olá à todos, veio em nome do grupo apresentar nosso projeto do trabalho de história sobre algum assunto atual, a ser desenvolvido no 4º bimestre de 2012. Eu sou Gabriel Marins e o grupo é também formado por Sabrina Seibert, Ádria Fabrício e Danielle Paris. Somos alunos do Colégio Militar de Porto Alegre, cursando em 2012, o primeiro ano do Ensino Médio.
         Nosso projeto, como vocês já podem ver pelo título do Blog, é sobre o Império Farmacêutico. Escolhemos esse tema pois, além de ser atual, todos (pelo menos a esmagadora maioria) têm algum remédio em casa, e faz uso desse, nem que seja um analgésico de vez em quando. Nós não percebemos que quando vamos à uma farmácia nós estamos dando lucro aos laboratórios, sejam eles nacionais ou estrangeiros. Interessante que as pessoas vêm o remédio como uma forma de "cura" para o mal-estar, para algum incômodo, e tomam alguma droga para o que estejam sentindo, seja dor de cabeça, dor de estômago, etc. E isso é só no campo da dor, a maioria das pessoas acima de 50 anos toma também remédios para alguma doença crônica, hipertensão, diabetes, por exemplo. Mas além da necessidade de bem-estar o ser humano tem outra: a necessidade da descoberta de novas curar para doenças que nos afligem, e ai chegamos num ponto crucial: Até onde os laboratórios estão dispostos a investir uma quantia milionária no mínimo para Pesquisa e Desenvolvimento? Angell (2007) afirma que as empresas preferem investir em medicamentos que  o tratamento seja mais longo (assim tem seu lucro garantido) a investir em pesquisa. Sobre esse aspecto dessas empresas iremos desenvolver nosso trabalho, mostrando a verdade sobre essas empresas. Procuraremos trabalhar em cima desse aspecto do lucro; Mostrar como os governos se posicionam a esse respeito; Procurar saber como os grandes empresários afetam até as classes mais baixas que necessitam dos fármacos; Saber o porquê das empresas não se unirem a universidades ou entidades acadêmicas para desenvolver e pesquisar; Enfim, isso e muito mais procuraremos trazer a vocês, além de depoimentos e entrevistas com profissionais da área.
           Estamos muito ansiosos para desenvolver o projeto. Eu (Gabriel), a Sabrina e a Ádria participamos de um Programa de Iniciação Científica para o Ensino Médio, que faz com que nos participemos de um grupo de pesquisa dentro de uma universidade e, por coincidência, os nossos orientadores são todos farmacêuticos. Procuraremos, com essa estrutura universitária que temos à dispôr, trazer conteúdo atual e confiável de bibliografias acadêmica além de também trazer conteúdo jornalístico, o qual tem maior alcance no país.
          Enfim, esperamos que todos gostem.
          
          Enjoy~