on quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Olá, buscando informações sobre novos tratamentos para o nosso trabalho de história, encontrei um assunto que deve ser do conhecimento de todos, pois foi e ainda é um tema muito discutido na mídia. Descrevo-lhes abaixo uma síntese dos conceitos e abrangência das pesquisas em células-tronco.
Espero que gostem.
 
Células-tronco embrionárias
As células-tronco têm basicamente a melhor capacidade de se dividir, ou seja, gerar cópias idênticas de si mesmas. Ainda, as células-tronco embrionárias podem se transformar em diversas outros tecidos do corpo, como nervos e ossos. A principal intenção em projetos e pesquisas com essas células é o seu uso para recuperar tecidos danificados por doenças e traumas. Elas são encontradas no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no fígado, na placenta e no líquido amniótico.
As pesquisas no assunto células-tronco, já autorizadas no Brasil, são um imenso avanço para descobertas, testes clínicos e terapias que podem ser desenvolvidas a partir desses estudos para o tratamento de doenças como câncer, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, Diabetes mellitus tipo 1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias.
Avançando mais, pesquisas com células-tronco nos mostraram que no futuro, essas células podem ser utilizadas para susbtituir células que o organismo deixou de fabricar ou fabrica com deficiência. As pesquisas ainda estão em caráter experimental, porém as respostas parecem ser cada vez mais promissoras. A equivalência em sucesso do tratamento, a métodos mais difíceis de serem realizados como transplantes, é um dos pontos fortes a serem destacados quanto as pesquisas para o uso das células-tronco para o tratamento direto de diversas doenças.
Ádria S. Fabricio
 
Referências:
 
Revista pesquisa FAPESP online
Células-tronco
A Lei de Biossegurança vai impulsionar a pesquisa nacional, que já era forte na área
Marcos Pivetta
Edição Impressa 110 - Abril
 
 
(Atentar à matéria não atualizada – data: (15/02/2005))
Células-tronco: o que são e para que servem
15 de fevereiro de 2005 • 10h00 • atualizado às 10h00
Redação Terra
 

Documentário - Células Tronco: A Chave da Regeneração (Completo e Dublado) // Discovery Channel
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on quarta-feira, 24 de outubro de 2012
      As razões mais comumente evocadas para explicar o aumento dos gastos em saúde são o envelhecimento das populações, a maior oferta de médicos e serviços de saúde e o progresso tecnológico. Estes fatores têm, sem dúvida, grande importância, porém não conseguem ser suficientes para explicar o aumento dos gastos em saúde.
           Existe uma preocupação crescente com os fatores econômicos, que condicionam tanto a prestação de serviços de saúde como o próprio nível de saúde da população. Isto explica a inquietude dos poderes públicos em relação a um setor cujas despesas crescem a um ritmo superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).  
            A pressão da demanda requer não só incrementos permanentes na oferta. É preciso um acesso mais equilibrado aos serviços para toda a população. A exigência social de maior cobertura conduz a uma atuação do governo, criando e mantendo direta ou indiretamente serviços de saúde. No Brasil, como em muitos outros países, coexistem os dois tipos de atuação, dois pesos e duas medidas: o que é válido para o setor privado não é assim no setor público e vice-versa


      Os gastos mundiais com saúde totalizaram cerca de US$ 1700 bilhões em 1990, que representam 8% dos recursos globais. Os países economicamente estáveis gastam cerca de US$ 1500 bilhões em saúde enquanto os países em desenvolvimento gastam US$ 170 bilhões. Esses números são fundamentais para nos mostrar o quão importante é entender o impacto das políticas governamentais na saúde das pessoas.
       Para o Ministério da Saúde, enquanto os gastos totais com saúde aumentaram em 9,6%, aqueles com medicamentos tiveram incremento de 123,9% no período de 2002 a 2006. Em notícia publicada n'O Estado de São Paulo (15/05/2012), o os gastos aumentaram, mas continuam abaixo da média de países mais desenvolvidos. E esses resultados já se repetem a pelo menos 10 anos, com dados coletados desde 2002. 

"Segundo a OMS, em 2000 o governo brasileiro destinava 4,1% de seu orçamento para a saúde. Dez anos depois, a taxa subiu para 5,9%. A média mundial é de 14,3% e a taxa brasileira chega a ser inferior à média africana. Do total que se gasta no País com a saúde, 56% vem do bolso dos cidadãos e não dos serviços do Estado. Apenas 30 de 193 países vivem essa situação. Em 2000, a taxa era ainda pior, com 59% dos custos da saúde vindo do bolso do cidadão. Desta forma, a taxa de 56% está distante da média mundial, de 40%. Nos países ricos, apenas um terço dos custos da saúde são arcados pelos cidadãos."  - O Estado de São Paulo, 16/05/2012
     

       Em uma década, o governo triplicou o gasto por habitante. Mas ainda assim destina a cada brasileiro apenas uma fração do que países ricos destinam a seus cidadãos. No Brasil no ano de 2000, o governo destinava em média US$ 107 pela saúde de cada brasileiro por ano. Em 2009, ao final da década, a taxa havia sido elevada para US$ 320,00. O valor é inferior aos US$ 549,00 que em média um habitante do planeta recebe em saúde de seus governos.
Nos países europeus, os gastos médios dos governos com cada cidadão chega a ser dez vezes superior aos do Brasil. Em alguns casos, como Luxemburgo, gasta-se mais de US$ 6,9 mil por cidadão, quase 25 vezes o valor no Brasil. Na Noruega, o gasto é similar, enquanto a Dinamarca destina 20 vezes mais a cada cidadão em saúde que no Brasil. Mesmo na Grécia, quebrada e hoje sem governo, as autoridades destinam seis vezes mais recursos a cada cidadão que no Brasil. Os dados, porém, são do início da crise.
           Outro dado preocupante: o País conta em média com 26 leitos para cada 10 mil pessoas. Os indicadores se referem ao período entre 2005 e 2011. 80 países tem um índice melhor que o do Brasil, que está empatado com Tonga e Suriname. A média mundial é de 30 leitos por cada 10 mil habitantes. Na Europa, a disponibilidade é três vezes superior a do Brasil. Em termos de médicos, o Brasil vive uma situação mais confortável. Segundo a OMS, são 17,6 médicos para cada 10 mil habitantes, acima da média mundial de 14 por 10 mil. Mas ainda assim a taxa é a metade do número que se registra Europa. Já na África, são apenas dois médicos para cada 10 mil pessoas.
            Todos esses dados podem alarmar, mas não podemos nos esquecer que o País ainda está se desenvolvendo. O que podemos, e que devemos fazer, é cobrar mais dos políticos, por planos e estratégias mais eficientes.
            VIEIRA, F.S. ; MENDES, A.C.R . Estudo dos Gastos do Ministério da Saúde com Medicamentos;  Brasília, 2007.
              ZUCCHI, P. ; NERO, C.D. ; MALIK, A.M. Gastos em Saúde: Os Fatores que Agem na Oferta e na Demanda dos Serviços de Saúde. 2000
on sábado, 13 de outubro de 2012
             Um dos assuntos que mais vemos nos noticiários é sobre o "coquetel de combate à AIDS". Justamente por causa dele que o Brasil se tornou uma das referências em combate ao HIV segundo a UNAIDS (Programa das Nações Unidas Para o Combate da AIDS). 

                 O Brasil mostrou uma resposta muito rápida para o combate dessa epidemia em relação aos outros países. Dentre as razões para o sucesso do país, estão as agressivas campanhas nacionais de prevenção para grupos de alto risco, que têm contribuído para um declínio acentuado dos casos da doença no Brasil. Devido à criação de programas nacionais de prevenção direcionados a homens gays e mulheres – em 2002 e 2007, respectivamente -, o Brasil tem apresentado um declínio acentuado nos casos de infecção do vírus HIV nos dois grupos. Entre os homossexuais masculinos, houve 3.376 novas infecções em 1996 e apenas 647 em 2009 – uma queda de 81%. Entre as mulheres, os números caíram de 7.419 novos casos em 1996 para 2.034 em 2009 – 73% a menos. 
               Considerando que vivíamos em uma ditadura militar com uma distribuição muito desigual da cobertura dos cuidados de saúde 20 anos atrás, como explicar isso? O primeiro indício está no dinheiro. De 2000 a 2007, o Congresso brasileiro quase dobrou a quantidade de financiamento para o combate à AIDS – de 713 mil reais no começo da década para 1,3 bilhões em 2007. Os gastos nos EUA, por exemplo, cresceram em um ritmo mais lento. O Brasil também tem feito um trabalho melhor ao providenciar medicamentos contra a doença. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei federal determinando o fornecimento universal de medicamentos antirretrovirais. Os gastos com esse tipo de droga deram um salto de R$ 25 milhões em 1996 para mais de um bilhão de reais em 2009.
                      Porém, de um tempo para cá, a situação mudou um pouco. O combate perdeu a intensidade justamente por causa de uma ferramenta que muito ajudou: as campanhas conscientizadoras. Atualmente a AIDS se tornou um assunto tão comum, e a confiança de que com o coquetel mais ninguém morrerá da doença, fez com que a atenção à mesma diminuísse. 

on sábado, 6 de outubro de 2012
Olá! Pesquisando para o trabalho escrito, na extraordinária Biblioteca Ir. José Ótão, da PUC-RS, me deparei com o livro a Economia da Saúde.  Abaixo, transcrevo-lhes um texto abordando alguns faturamentos de algumas empresas, lucros dos antidepressivos e o estado econômico do setor. Enjoy it~


" A indústria farmacêutica tem um longo histórico de desempenho financeiro superior. Mas será que os bons tempos estão chegando ao fim? O setor parece estar passando por uma grave crise de credibilidade associada à retirada do mercado do analgésico Vioxx da Merck e de controvérsias a respeito da segurança e da eficácia de antidepressivos e de outros produtos amplamente utilizados, inclusive terapias de reposição hormonal para mulheres na menopausa.
Tudo isto não poderia ter chegado em pior hora para o setor. Os terceiros pagadores estão renovando os seus esforços para promover os genéricos ou para aumentar substancialmente os co-pagamentos por produtos com nome de marca. Num exemplo extremo das mudanças que vêm acontecendo, funcionários estaduais da Geórgia se deparam com co-pagamentos de US$ 100 por certos produtos com nome de marca, como o antidepressivo Zoloft. Em 2007 expirará a proteção de patente de alguns dos medicamentos mais vendidos, incluindo o Zocor e o Provachol, drogas amplamente prescritas para baixar o nível de colesterol, e o Norvasc, um medicamento para pressão sanguínea. Estes três medicamentos, sozinhos, geram quase US$ 10 bilhões anuais em vendas.
No atual clima de suspeita, pode ficar mais difícil encontrar novos “sucessos de vendas” para substituir esses atuais produtos. Parece haver menos chances de o FDA aprovar novos produtos se estes implicarem efeitos colaterais significativos e se houver boas terapias atuais substitutas. Além disso, com a crescente percepção de que os fabricantes de drogas não terem informado sobre os riscos dos seus produtos, alguns especialistas sugerem que a propagando direta ao consumidor não surte mais os impactos de venda de outrora.
Como resultado da menor expectativa de ganhos futuros, o preço das ações de muitas das maiores empresas caiu, em média, cerca de 25% entre 2000 e 2005. Várias companhias anunciaram tanto demissões quanto cortes no seu orçamento de pesquisa. A Merck, que foi particularmente atingida, revelou planos em 2005 de reduzir a sua força de trabalho mundial em 11% e de fechar ou vender cinco das suas 31 instalações fabris.      
Mas será que a Merck e todo o setor podem se recuperar? O New York Times entrevistou um porta-voz do setor que argumentou que a indústria farmacêutica “está tratando da sua crise de imagem agindo com mais critério na sua propaganda, prometendo mais abertura na divulgação dos resultados de testes e empenhando-se para disponibilizar drogas de baixo preço para americanos pobres e não-segurados”. Em vista dos enormes recursos e poder de lobby do setor não se deve subestimar a sua capacidade de recuperação. "

- Retirado de A Economia da Saúde de FOLLAND S. , GOODMAN A.C e STANO M. 2008