Uma crise de imagem: a indústria farmacêutica necessita de uma remodelação extrema?

on sábado, 6 de outubro de 2012
Olá! Pesquisando para o trabalho escrito, na extraordinária Biblioteca Ir. José Ótão, da PUC-RS, me deparei com o livro a Economia da Saúde.  Abaixo, transcrevo-lhes um texto abordando alguns faturamentos de algumas empresas, lucros dos antidepressivos e o estado econômico do setor. Enjoy it~


" A indústria farmacêutica tem um longo histórico de desempenho financeiro superior. Mas será que os bons tempos estão chegando ao fim? O setor parece estar passando por uma grave crise de credibilidade associada à retirada do mercado do analgésico Vioxx da Merck e de controvérsias a respeito da segurança e da eficácia de antidepressivos e de outros produtos amplamente utilizados, inclusive terapias de reposição hormonal para mulheres na menopausa.
Tudo isto não poderia ter chegado em pior hora para o setor. Os terceiros pagadores estão renovando os seus esforços para promover os genéricos ou para aumentar substancialmente os co-pagamentos por produtos com nome de marca. Num exemplo extremo das mudanças que vêm acontecendo, funcionários estaduais da Geórgia se deparam com co-pagamentos de US$ 100 por certos produtos com nome de marca, como o antidepressivo Zoloft. Em 2007 expirará a proteção de patente de alguns dos medicamentos mais vendidos, incluindo o Zocor e o Provachol, drogas amplamente prescritas para baixar o nível de colesterol, e o Norvasc, um medicamento para pressão sanguínea. Estes três medicamentos, sozinhos, geram quase US$ 10 bilhões anuais em vendas.
No atual clima de suspeita, pode ficar mais difícil encontrar novos “sucessos de vendas” para substituir esses atuais produtos. Parece haver menos chances de o FDA aprovar novos produtos se estes implicarem efeitos colaterais significativos e se houver boas terapias atuais substitutas. Além disso, com a crescente percepção de que os fabricantes de drogas não terem informado sobre os riscos dos seus produtos, alguns especialistas sugerem que a propagando direta ao consumidor não surte mais os impactos de venda de outrora.
Como resultado da menor expectativa de ganhos futuros, o preço das ações de muitas das maiores empresas caiu, em média, cerca de 25% entre 2000 e 2005. Várias companhias anunciaram tanto demissões quanto cortes no seu orçamento de pesquisa. A Merck, que foi particularmente atingida, revelou planos em 2005 de reduzir a sua força de trabalho mundial em 11% e de fechar ou vender cinco das suas 31 instalações fabris.      
Mas será que a Merck e todo o setor podem se recuperar? O New York Times entrevistou um porta-voz do setor que argumentou que a indústria farmacêutica “está tratando da sua crise de imagem agindo com mais critério na sua propaganda, prometendo mais abertura na divulgação dos resultados de testes e empenhando-se para disponibilizar drogas de baixo preço para americanos pobres e não-segurados”. Em vista dos enormes recursos e poder de lobby do setor não se deve subestimar a sua capacidade de recuperação. "

- Retirado de A Economia da Saúde de FOLLAND S. , GOODMAN A.C e STANO M. 2008

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