Olá! Pesquisando para o trabalho escrito, na extraordinária Biblioteca Ir. José Ótão, da PUC-RS, me deparei com o livro a Economia da Saúde. Abaixo, transcrevo-lhes um texto abordando alguns faturamentos de algumas empresas, lucros dos antidepressivos e o estado econômico do setor. Enjoy it~
" A indústria farmacêutica tem um longo histórico de desempenho financeiro
superior. Mas será que os bons tempos estão chegando ao fim? O setor parece
estar passando por uma grave crise de credibilidade associada à retirada do
mercado do analgésico Vioxx da Merck e de controvérsias a respeito da segurança
e da eficácia de antidepressivos e de outros produtos amplamente utilizados,
inclusive terapias de reposição hormonal para mulheres na menopausa.
Tudo isto não poderia ter chegado em pior hora para o setor. Os
terceiros pagadores estão renovando os seus esforços para promover os genéricos
ou para aumentar substancialmente os co-pagamentos por produtos com nome de
marca. Num exemplo extremo das mudanças que vêm acontecendo, funcionários
estaduais da Geórgia se deparam com co-pagamentos de US$ 100 por certos
produtos com nome de marca, como o antidepressivo Zoloft. Em 2007 expirará a
proteção de patente de alguns dos medicamentos mais vendidos, incluindo o Zocor
e o Provachol, drogas amplamente prescritas para baixar o nível de colesterol,
e o Norvasc, um medicamento para pressão sanguínea. Estes três medicamentos,
sozinhos, geram quase US$ 10 bilhões anuais em vendas.
No atual clima de suspeita, pode ficar mais difícil encontrar novos
“sucessos de vendas” para substituir esses atuais produtos. Parece haver menos
chances de o FDA aprovar novos produtos se estes implicarem efeitos colaterais
significativos e se houver boas terapias atuais substitutas. Além disso, com a
crescente percepção de que os fabricantes de drogas não terem informado sobre
os riscos dos seus produtos, alguns especialistas sugerem que a propagando
direta ao consumidor não surte mais os impactos de venda de outrora.
Como resultado da menor expectativa de ganhos futuros, o preço das ações
de muitas das maiores empresas caiu, em média, cerca de 25% entre 2000 e 2005.
Várias companhias anunciaram tanto demissões quanto cortes no seu orçamento de
pesquisa. A Merck, que foi particularmente atingida, revelou planos em 2005 de
reduzir a sua força de trabalho mundial em 11% e de fechar ou vender cinco das
suas 31 instalações fabris.
Mas será que a Merck e todo o setor podem se recuperar? O New York Times
entrevistou um porta-voz do setor que argumentou que a indústria farmacêutica
“está tratando da sua crise de imagem agindo com mais critério na sua
propaganda, prometendo mais abertura na divulgação dos resultados de testes e
empenhando-se para disponibilizar drogas de baixo preço para americanos pobres
e não-segurados”. Em vista dos enormes recursos e poder de lobby do setor não
se deve subestimar a sua capacidade de recuperação. "
- Retirado de A Economia da Saúde de FOLLAND S. , GOODMAN A.C e STANO M. 2008
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